Uma dentista numa pandemia | Desabafo de Sara Baltazar

Aqui há dias perguntaram-me como têm sido os últimos meses. Esta pergunta, tão simples e tão comum por estes dias, teve um efeito complexo. Ainda não tinha sido eu a questionada, e dei por mim a reviver, em segundos, os meses mais estranhos da minha vida. Estranhos é talvez a palavra que melhor os define.

Cada um de nós teve de se adaptar a uma nova realidade que continua a assombrar-nos, cada um de nós teve de lidar com o medo, a angústia, a incerteza, a dor, a privação e a impotência. Todos tivemos de nos reinventar e resgatar, hora a hora, um sentimento positivo para não cair na tristeza. Verdade?

Jamais me vou esquecer o momento em que li o decreto de lei que nos obrigou a fechar portas no próprio dia. Fechar portas. Fechar não só a “fonte de rendimento” de toda uma equipa, mas também o recurso de saúde de tantas pessoas. A confusão de sentimentos foi avassaladora. Tentei sempre manter-me focada para reorganizar marcações, para tentar ajudar algumas pessoas que iam sair do país nessa semana e precisavam de levar próteses, tentar dar algum acompanhamento a pacientes que tinham efetuado uma cirurgia recente. Coisas inadiáveis que, de um momento para o outro, ficaram suspensas.
Acreditei que seriam só aqueles 15 dias e que passariam rápido. Os 15 dias tornaram- se 1 mês, que se arrastou para 2 meses.

A minha realidade, como a da maioria dos portugueses, mudou de um dia para o outro. E confesso que o meu positivismo foi desvanecendo a cada notícia que ouvia. Já não acreditava que fosse possível reabrir a SB Smiles. Duvidei que tão cedo as pessoas tivessem confiança para recorrer a um dentista. Tive medo. Tanto medo. Chorei a dor de estar de mãos atadas e de imaginar que não ía conseguir ajudar as pessoas, chorei a dor de ter de abandonar o que amo fazer e ficar sem rumo. Chorei quando tive de dizer que não conseguia cumprir com alguns pagamentos. E chorei escondida para não assustar mais a minha filha.

Mas é sem dúvida nos momentos mais difíceis que alguém nos pega pela mão e nos diz: “estamos aqui para te ajudar”. E eu tive a sorte de ouvir esta frase muitas vezes. Agradeço de todo o meu coração a cada pessoa que a proferiu. Foi também por isso que decidi partilhar convosco este meu desabafo. Tão íntimo e pessoal mas que acredito que comum a tantas pessoas desse lado.

No entanto, tive um momento de reviravolta. De luz e de esperança. Disse para mim própria: “Sara, ainda não é o momento de desistir!”. E foi aí que comecei a luta burocrática por ajudas que tardaram, e outras que nem vieram. A luta por encontrar as máscaras, fatos, viseiras, luvas e batas adequadas. Perdi noites a fio nesta luta. Em muitos dias me revoltei por abusos e por burlas.

Chegaram a pedir-me 17€ por uma única máscara. Não conseguia encontrar fatos completos, nem viseiras. E a falta de equipamento certificado quase me levou a desistir.

Mas estava decidida a conseguir, fiz quilómetros a zonas improváveis mas mais uma vez a ajuda veio e consegui! Foi uma vitória de sabor amargo pois o valor dos equipamentos estava tão inflacionado que tornou a consulta muito mais cara. Mas foi igualmente um alívio quando o governo anunciou a ajuda para a compra deste tipo de equipamento. Tenho de sublinhar o apoio incondicional da minha contabilista, que na noite em que a candidatura abriu não arredou pé até conseguir submeter e conseguirmos a aprovação. Foi uma das maiores vitórias e sei que sem ela não seria possível.

Entretanto a clínica reabriu. Passo a passo. O nosso dia a dia na clínica mudou, como mudaram as vidas de todos nós. Apesar da desinfeção e esterilização já fazerem parte, o ritual de mudar de farda a cada paciente e o tipo de fato de proteção total – quente, com pouco espaço para mobilidade e que dificulta a respiração – são um desafio diário, pois temos de ter em atenção a desidratação e o cansaço, que é muito maior. Mas sabem uma coisa? Estou TÃO FELIZ por estar de volta que nunca foi tão prazeroso trabalhar, porque trabalho ainda mais com o coração. Costuma dizer-se agora que a Pandemia veio para nos ensinar algo. A mim veio mostrar-me ainda mais que tenho pessoas maravilhosas à minha volta. Que tenho pacientes fantásticos que confiam em mim incondicionalmente. Parceiros que são amigos e amigos que são família!

E são todas estas pessoas que me deixam emocionada enquanto escrevo estas letras. Obrigada a todos por confiarem em mim, no meu trabalho e no meu amor. A todos vocês obrigada por darem significado a minha vida!
Já não estamos tão separados, mas acreditem que continuamos mais unidos do que nunca!

Até breve,
Sara Baltazar

 

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Ozonoterapia no tratamento de Coronavírus? Sim!

Em Espanha, Itália, China, Argentina, Brasil entre outros, a ozonoterapia está a ser usada como terapêutica co-adjuvante no combate ao Coronavírus.

Em artigos anteriores falamos sobre ozonoterapia e nos diversos benefícios que tem na área da medicina dentária, que poderá ver clicando aqui. Mas esses benefícios estendem-se a outras vertentes da Medicina.

Antes de mais importa esclarecer – o que é Ozono?

Ozono é uma molécula gasosa natural constituída por 3 átomos de oxigénio.

E o Ozono médico?

Ozono médico é a mistura de oxigénio medicinal com uma pequena percentagem de ozono produzido por um gerador certificado.

Em que consiste a Ozonoterapia?

Consiste na utilização de ozono médico para prevenção e tratamento de doenças.

Facilmente assimilado pelo corpo humano e com propriedades anti-inflamatórias e analgésicas, tem muito poucas contraindicações.

Importa relevar que a ozonoterapia se baseia numa base farmacológica firme.

O uso do ozono na medicina tem sido desenvolvido no último século, e isso deve-se às suas propriedades antifúngicas, antibacterianas e antivirais.

Entre estes efeitos o primeiro a ser descoberto foi o efeito bactericida, na I Guerra Mundial. A causa directa da destruição das bactérias é a deterioração das membranas plasmáticas, fazendo com que estas percam a capacidade de viver ou de se reproduzir.

O ozono atua da mesma forma em vírus, rompendo a sua cápsula e expondo o seu material genético de replicação para que o nosso sistema imunológico o possa reconhecer mais rápido e produzir defesas.

Entre os agentes oxidantes, o ozono é o terceiro mais forte, após o flúor e o persulfato, facto esse que explica a sua reactividade.

O que acontece quando o sangue humano reage à mistura de oxigénio com o ozono?

Ambos os gases se dissolvem na água do plasma  (o nosso organismo é composto por 75% de água) mas enquanto o oxigénio estabiliza o ozono reage de imediato com biomoléculas presentes no plasma (PUFA, antioxidantes), e o sangue percorre todos os nossos órgãos.

O ozono cria um stress oxidativo controlado, agudo e transitório, necessário para a activação biológica, sem toxicidade concomitante. Tendo como efeitos, mediante as suas reacções com moléculas mediadoras:

  • Regula o sistema antioxidante
  • Melhora o metabolismo do oxigénio
  • Modula o sistema imunológico
  • Amplo espectro germicida
  • Regula o metabolismo
  • Intervém na libertação de autacóides

Há vários métodos de aplicação: via sanguíneo, rectal, bolsas para feridas, óleos ozonizados, água ozonizada, cremes, cápsulas, ampolas, cada um com a sua indicação.

Ficaremos atentos aos desenvolvimentos deste novo Coronavírus e à possibilidade de intervirmos no seu tratamento através de ozonoterapia, que dispomos na nossa clínica. Até lá, mantenha-se seguro e lembre-se: estamos separados mas mais unidos do que nunca.

Para qualquer dúvida ou ajuda não hesite em contactar-nos pelo telefone, telemóvel ou pelos nossos contactos digitais.

 

Até breve,

Sara Baltazar

 

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O que comer para reforçar o sistema imunitário?

Nunca a nutrição foi tão importante como nos tempos que correm. E porquê? A resposta é simples: um corpo saudável é um corpo bem nutrido, e ao estar saudável consegue prevenir doenças e combater de forma mais eficaz adversidades que possam surgir.

Sabemos de antemão que um indivíduo que possua um sistema imunológico mais débil estará sujeito a complicações aquando a contração de uma doença infeciosa, pois o sistema imunitário não está a trabalhar na sua melhor forma. Neste contexto iremos verificar como a nutrição pode ser uma aliada do sistema imunitário.

A adoção de uma dieta equilibrada e variada tem demonstrado ser o melhor aliado para o bom funcionamento do sistema imunitário, devendo estar presentes todos os nutrientes (hidratos de carbono, proteína e gordura). No entanto existem alguns alimentos que pelo seu teor de antioxidantes, vitaminas e minerais podem ser uma forte ajuda.

  • Alho

    Propriedades anti-inflamatórias (alicina)
    Rico em antioxidantes (selénio, zinco e flavenoides)

  • Citrinos

    Ricos em vitamina C
    Propriedades desinfetantes (limão) de alguns microrganismos

  • Kefir

    Fonte de probióticos
    Rico em vitaminas do complexo B

  • Gengibre

    Propriedades anti-inflamatórias (gingerol)
    Presença de substâncias terapêuticas (cafeno, felandreno, zingibereno e zingerona)

Não se esqueça que o que é realmente importante é ingerir vegetais e fruta diariamente, não sendo necessário recorrer a suplementos alimentares. Faça boas escolhas e cuide de si e dos que mais ama.

Se conseguir, fique por casa, cozinhe mais e reforce o seu sistema imunitário.

Se tiver alguma dúvida, consulte outros artigos relacionados com nutrição aqui, se pretender conhecer os nossos planos nutricionais clique aqui, ou se preferir entre em contacto connosco por qualquer um dos nossos contactos digitais ou por telefone (244 020 041 ou 915 508 262).

E não se esqueça, estamos separados mas mais unidos do que nunca!

 

Até breve,
Liliana Silvestre

Nutricionista 2963N

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